Por: Claudionor de Andrade
Tenho, diante de
mim, várias definições de crise. E todas elas parecem refletir aqueles
terríveis momentos que vivi em 1999. Momentos? Pareciam séculos; desdobravam-se
em eternidades aqueles instantes. Seria essa relatividade descoberta por
Einstein? Nada porém parecia relativo; mostrava-se tudo absoluto, implacável,
sem qualquer contemplação.
Uma definição, em
particular, prendeu-me a atenção: Crise é a “manifestação violenta e repentina
de ruptura de equilíbrio”. Teria o meu ilustre dicionarista enfrentado
circunstância semelhante? De qualquer forma, foi exatamente isso o que o
bondoso Deus permitiu viesse sobre mim. No frágil equilíbrio de minha
existência houve uma violenta ruptura.
I. Minha Crise
Foi a pior
tribulação que já me sobreveio. De um momento para o outro, vi o meu mundo
perder todo o seu equilíbrio. Os diques haviam se rompido.
Parecia ele tão
seguro, mais ei-lo agora ao desamparo. Ostentava-se terno e pastoril, agora
contudo perdia toda a sua poesia. Acontecera tudo de maneira tão repentina e
improvisada, que já não havia tempo nem espaço para remansos de outrora.
Esta foi a minha
provação: o meu bairro transformara-se, de um momento para o outro, numa praça
de guerra. Quem mora no Rio de Janeiro, e já viveu experiência semelhante, pode
avaliar melhor o que estou dizendo. Fosse um episódio isolado, recuperar-me-ia
em alguns dias. Mas quis o sapientíssimo Deus que eu ficasse naquele crisol por
quase três meses.
II. A
Pedagogia da Crise
Foi esse o tempo
que o Senhor usou para alterar toda a minha estrutura psicológica e espiritual.
Através daquela crise, levar-me-ia Ele a experimentar a grandeza, a
inefabilidade e a urgência do primeiro amor.
Deus sabe o que
faz. Se em nossa vida, desencadeia alguma tormenta, tem esta um imensurável
valor pedagógico.
A partir daquele
instante, comecei a redescobrir a beleza de algumas coisas que eu havia,
inconscientemente, racionalizado. Voltei à oração com mais disciplina e
perseverança. Falar com Deus não era apenas uma possibilidade teológica; era
uma urgência. Afinal, de que forma poderia eu buscar alívio àqueles traumas?
Passei a jejuar com mais regularidade. O Senhor levou-me também a fazer o
trabalho de um evangelista.
A partir daquele
instante, a Palavra de Deus passou a ter um incrível fascínio sobre mim.
Enfim, através
daquela crise, o Senhor Jesus, em sua infinita misericórdia, reconduziu-me ao
primeiro amor. Isto é avivamento! À semelhança de Davi, podia agora dizer:
“Foi-me bom ter afligido, para que aprendesse os teus estatutos” (Sl 119.71).
Poderá você expressar a mesma felicidade que Davi? Ou regozijar-se em Deus como
Jó?
Texto extraído da obra “JÓ: O Problema do
Sofrimento do Justo e o seu Propósito”, editada pela CPAD.CONCLUSÃO
A Saúde e a
riqueza são devolvidas a Jó (42.10-17) - O cativeiro de Jó (10) refere-se a
todo sofrimento que ele passou. As amizades e sua honra foram restauradas (11).
Sua riqueza foi duplicada (cf. 1.3 e 42.12). Ele foi agraciado com o mesmo número
de filhos (cf. 1.2 e 42.13). Os nomes das suas três filhas são mencionados
(14). Lemos que em toda a terra não se acharam mulheres tão formosas com as
filhas de Jó (15). Também é mencionado que elas compartilhariam da herança com
os seus filhos. Jó foi coroado com uma vida longa depois da sua provação -
cento e quarenta anos (16) - a ponto de ver a sua descendência até à quarta
geração. Sua morte foi feliz porque ele havia vivido bem a sua vida. Então,
morreu Jó, velho e farto de dias (17).
Não sabemos, de
fato, por que os homens sofrem em nosso mundo. A bíblia sagrada pode ajudar
aqueles que sofrem a suportar o sofrimento com paciência, e a manter a fé de
acordo com os caminhos de Deus, mesmo quando esses caminhos são obscuros.
Todavia, foi necessário que Alguém (Jesus), carregando a cruz, mostrasse ao
mundo claramente o que se pode alcançar por intermédio do sofrimento imerecido.
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